Passos na areia…

“Sabe quando você caminha sobre a praia e percebe que seus passos deixaram marcas naquela areia molhada? Logo a água do mar vem e os apaga, nessa hora fico me perguntando como cheguei até aqui, apalpo meus bolsos e não encontro nenhum mapa e não me recordo de ter pedido informações. Só me lembro de ter andado seguindo a direção do pôr-do-sol. Não é novidade que ele me encanta, mas dessa vez estava ansioso pela chegada da Lua. As noites me fazem pensar, refletir e claro, é um ótimo momento para sonhar. Ainda me recordo de quando pequeno, meus pais seguravam em minhas mãos e me ensinavam a caminhar sobre essa mesma praia, me faziam ir mar adentro e perder o medo dele. Esses passos nem mesmo o mar pôde apagá-los sobre a areia. Posso ainda ver meus pequenos pés marcados nessa praia, os vejo de longe, pois não posso voltar e os encarar de perto. Já antes meus pais me ensinavam que cada passo é um passo, não adianta tentar correr e chegar ao destino, não nos é permitido acelerar e voltar o tempo. Eles também me ensinaram a desviar dos espinhos e pedras, mas que também há alguns que são inevitáveis. Tão inevitáveis que as marcas dos meus pés não são apenas visíveis, mas ainda muito bem sentidas. Há espinhos que não quero mais me deparar com eles, há pedras que já cansei de remove-las, há passos que mesmo sabendo que serão apagados, insisto em pisá-los, talvez por teimosia, talvez por pura incredulidade. Enfim, de tantos passos caminhados, de pedras chutadas e espinhos pisados, vejo que tudo isso me ensinou a andar sozinho, a ver o mundo aos meus próprios olhos, a lutar pelo que é meu e a buscar o meu lugar ao sol. A não precisar mais de mãos que me levem, mas sim que quando eu caia, me ajudem a levantar. Você já deve ter comigo caminhado, sentado e ter visto o pôr-do-sol, pode ter chorado e ter me feito feliz numa longa risada. No luar pode ter me ouvido cantar e no amanhecer o meu silencio escutar.

Então vou Concluindo.

Vejo que essa praia é minha vida, esses meus passos os meus erros e acertos formam cada momento de minha vida, esse mar que insisti em apagá-los é simplesmente a vontade de tentar de novo chegar ao meu destino breve, um amor para toda a vida.”

Por: Gabriel Cantarino

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